Azara - escarlate em farsi
Colecção baseada na coroa da romã e nos vasos que alimentam o coração.
O coração não funciona sem os vasos assim como o nosso coração não funciona sem caminhos que nos levem ao outro.
A forma explicita do órgão e a ligação emocional que é representada na forma da romã, pelo povo iraniano.
Já tinha começado a pensar esta colecção antes de, em Março de 2019, viajar com o meu namorado durante um mês no Irão. Não tardou a parecer-me óbvia a ligação entre o formato físico do orgão coração, e das suas intrincadas “linhas de acesso ao resto do corpo”, com a fruta por excelência daquele país - a romã – e as ligações profundas que acabámos por criar com muitas das pessoas que conhecemos durante aquele recheado mês.
Inspirei, então, a colecção que aqui se apresenta, neste binómio interessante e poético do coração físico - romã; coração metafórico – alma do Irão. O facto de carregarmos de energia simbólica, como cultura, o músculo que nos dá a possibilidade de viver e que nos preenche de vida foi o mote para uma colecção que simboliza também a ponte entre povos – a viagem como movimento essencial para esticar o nosso coração aos outros; como uma ponte sanguínea que nos faz ir de encontro ao outro e assim viver, mais plenamente.
Assim como a romã tem, na sua coroa, o cordão umbilical que a liga à sua árvore que a gerou, também o coração de nada serviria sem as artérias e veias que o conectam ao corpo, dando-lhe vida. Essa conexão é assim metaforizada no facto de precisarmos de ligações para o coração não murchar e definhar; sendo que uma das melhores formas de prevenir esse enfraquecimento é a viagem, o contacto com povos que muitas vezes se encontram ocultos, desprezados pelo mundo, mas que têm tanto para nos dar.
Azara - o coração do Irão é grande e escarlate